3rd ENERGY AND WATER INNOVATION & TECHNOLOGY TRADE SHOW

24 → 25 SETEMBRO 2025 . EXPONOR PAVILHÃO 2. FEIRA INTERNACIONAL DO PORTO

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Smart Waste Portugal: A Economia Circular no Centro das Atenções na ENERH2O

Luísa Magalhães - Diretora Executiva da Smart Waste Portugal (ASWP)

Em entrevista a Luísa Magalhães , Diretora executiva da Smart Waste Portugal (ASWP), desvendamos a realidade desta associação que impulsiona a economia circular em Portugal, apostando em estratégias inovadoras de gestão de resíduos e estimulando sinergias entre os setores público e privado. Destacando os principais desafios e tendências emergentes, a ASWP sublinha a relevância desta próxima edição da ENERH2O como uma plataforma de excelência que permite divulgar soluções sustentáveis e reforçar a relevância da economia circular na gestão da água e do saneamento.

  1. A economia circular tem assumido um papel central nas estratégias de sustentabilidade ambiental e desenvolvimento económico. De que modo a Smart Waste Portugal tem contribuído para a sua implementação em Portugal e quais os principais desafios que ainda se impõem à consolidação no setor?

A Associação Smart Waste Portugal (ASWP) tem desempenhado um papel fundamental na promoção da economia circular em Portugal, promovendo a colaboração entre diferentes elos da cadeia de valor, incentivando boas práticas, contribuindo para a clarificação deste conceito através da divulgação de conhecimento e tentando também influenciar o governo. Além disso, dinamizamos plataformas colaborativas, como o Pacto Português para os Plásticos e a Plataforma Vidro+, que agregam diferentes entidades para impulsionar a circularidade em setores específicos.
Apesar de tudo, ainda existem desafios à consolidação da economia circular em Portugal. A falta de conhecimento, a dispersão legislativa, a burocracia nos processos de desclassificação de resíduos e a dificuldade de obter financiamento são algumas das barreiras identificadas. Essencialmente, a colaboração é reconhecida como um fator-chave para impulsionar a economia circular, sendo a sua promoção um dos esforços levados a cabo pela ASWP na sua atividade.

  1. Quais considera serem as principais tendências e evoluções no setor da gestão e valorização de resíduos nos próximos anos, tanto no contexto nacional como no panorama europeu?

Em Portugal, existe ainda uma grande quantidade de resíduos que vai parar a aterro, havendo assim uma necessidade de encontrar novas soluções e promover a redução, reutilização e reciclagem dos mesmos. As tendências futuras na gestão e valorização de resíduos apontam para uma maior digitalização e rastreabilidade dos materiais, tornando possível a recuperação e reutilização mais eficiente destes recursos. O desenvolvimento de simbioses industriais, que permitem a troca de recursos entre diferentes entidades, é um modelo de colaboração no qual se deverá apostar.

A nível europeu, a harmonização das políticas de economia circular, o reforço da responsabilidade alargada do produtor e o avanço na regulamentação de novos fluxos de resíduos contribuirão para um setor mais sustentável. Em Portugal, a modernização dos processos de valorização de resíduos, o incentivo ao ecodesign e a transição para modelos de servitização (como product as a service) são tendências que poderão acelerar a adoção da economia circular. Considero que haverá também uma evolução para a implementação do princípio do poluidor pagador, através de sistemas como o PAYT (pay as you throw), onde cada cidadão pagará apenas pelos resíduos indiferenciados que produz, tentando reduzi-los ao máximo.

A plataforma myWaste, promovida pela ASWP, já reflete algumas destas tendências, funcionando como um marketplace digital para a gestão de resíduos e subprodutos, que permite às empresas evitar o desperdício, o envio de resíduos para aterro e promover a circularidade.

  1. A inovação constitui um pilar essencial na transição para uma economia mais sustentável. Que soluções tecnológicas e operacionais têm vindo a ser desenvolvidas pelos membros da rede Smart Waste Portugal com vista à otimização da gestão de resíduos e ao reforço da circularidade dos materiais?

A inovação é crucial para a economia circular, sendo que procuramos sempre divulgar as novas tendências e marcos importantes do desenvolvimento tecnológico.  Além disso, alguns Associados da ASWP estão a trabalhar na implementação de passaportes digitais do produto, e também a apostar no ecodesign, em processos produtivos mais eficientes, diminuindo o desperdício ao longo da produção, na incorporação de materiais reciclados nos novos produtos colocados no mercado, na utilização de novos materiais, na melhoria da reciclabilidade das embalagens, entre outros. Destaco ainda a adoção de novos modelos de negócio, bem como a otimização das rotas de recolha, melhoria e automatização dos processos de triagem e aposta em linhas eficientes de reciclagem de resíduos.

  1. A consciencialização e a educação ambiental são fatores-chave para mudar o comportamento e adotar práticas mais sustentáveis. Que iniciativas ou programas a Smart Waste Portugal desenvolveu ou vai levar a cabo para promover uma maior consciencialização sobre a economia circular entre empresas, consumidores e comunidades?

A inovação é crucial para a economia circular, sendo que procuramos sempre divulgar as novas tendências e marcos importantes do desenvolvimento tecnológico.  Além disso, alguns Associados da ASWP estão a trabalhar na implementação de passaportes digitais do produto, e também a apostar no ecodesign, em processos produtivos mais eficientes, diminuindo o desperdício ao longo da produção, na incorporação de materiais reciclados nos novos produtos colocados no mercado, na utilização de novos materiais, na melhoria da reciclabilidade das embalagens, entre outros. Destaco ainda a adoção de novos modelos de negócio, bem como a otimização das rotas de recolha, melhoria e automatização dos processos de triagem e aposta em linhas eficientes de reciclagem de resíduos.

  1. O enquadramento legislativo e as políticas públicas desempenham um papel determinante na evolução do setor dos resíduos e na promoção da economia circular. Que medidas regulatórias e estratégicas considera fundamentais para acelerar essa transição em Portugal?

O enquadramento legislativo tem impacto direto na economia circular. A ASWP defende uma maior harmonização das políticas nacionais e europeias, a criação de mecanismos de incentivo financeiro para empresas que apostam em modelos circulares e a desburocratização dos processos da desclassificação de resíduos.

A publicação do novo Plano de Ação para a Economia Circular é essencial para dar às entidades nacionais uma orientação clara e impulsionar investimentos em práticas circulares. Além disso, a introdução de incentivos fiscais para a reutilização de materiais e a integração de critérios de circularidade em compras públicas são medidas que podem acelerar a transição para um modelo mais sustentável. 

Embora exista uma vasta legislação e diversas estratégias nacionais e europeias relevantes nesta área, é essencial simplificá-las e clarificá-las para que as entidades as possam adotar sem ambiguidades.

  1. A colaboração entre o setor empresarial, as instituições académicas e as entidades públicas revela-se essencial para o progresso da economia circular. De que forma a Smart Waste Portugal tem fomentado estas sinergias e que exemplo concreto de boas práticas pode partilhar?

A ASWP conta com mais de 150 associados, sendo que as Universidades e Centros de Investigação representam 13% dos mesmos. Temos fomentado a colaboração entre empresas, academia e setor público através de grupos de trabalho que reúnem stakeholders de diferentes setores para discutir desafios e identificar soluções conjuntas. 

O Pacto Português para os Plásticos e a Plataforma Vidro+, por exemplo, foram criados para unir diferentes intervenientes da cadeia de valor e estabelecer metas conjuntas de economia circular. Estas iniciativas contam ainda com a participação de entidades públicas nos seus Advisory Boards, como a Agência Portuguesa do Ambiente e a Direção Geral das Atividades Económicas, que vão acompanhando os trabalhos, esclarecendo dúvidas e tendo um acesso mais direto ao que se passa efetivamente no terreno para, posteriormente, promoverem com maior base de conhecimento a criação de diplomas legais e estratégias.

Adicionalmente, a ASWP é parceira de alguns laboratórios colaborativos, que promovem a investigação na área da circularidade, possibilitando assim às empresas terem apoio em algumas áreas específicas da sua atividade. 

-A participação da Smart Waste Portugal na 3ª edição da ENERH2O representa uma oportunidade para evidenciar a relevância da economia circular no setor da água e do saneamento. Quais são os principais temas e mensagens que a vossa organização pretende destacar junto dos profissionais e decisores presentes no evento?

A 3ª edição da ENERH2O é uma oportunidade única para fomentar a colaboração entre setores e promover práticas de economia circular. Num momento em que a gestão sustentável da água e dos seus subprodutos, bem como a eficiência energética e a promoção das energias renováveis são prioridades globais, esta feira apresenta soluções inovadoras e reforça a importância de integrar a circularidade nos processos industriais. A aposta desta edição na economia circular destaca a relevância de prolongar o ciclo de vida dos recursos e minimizar desperdícios, criando valor ambiental e económico.

A ASWP pretende destacar a importância da economia circular no setor da água e saneamento, abordando temas como: eficiência na gestão hídrica e redução do consumo de água em processos industriais; reutilização de águas residuais e pluviais, assim como novas oportunidades de reaproveitamento; e soluções inovadoras para minimizar e valorizar o desperdício resultante dos tratamentos de água. 

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