Num “olhar virado para o futuro” – e que guindará Viana do Castelo ao lote de dezena e meia de cidades europeias exemplares na implementação de ações inovadoras para enfrentar desafios urbanos -, o município minhoto vai empreender uma série de soluções inovadoras integradas de eficiência energética e hídrica no projeto de reabilitação e reconversão do antigo Matadouro Municipal no VIANA S.T.ARTS Centre. Um espaço de cocriação artística, científica e tecnológica que quer estimular a mudança e cuja edificação evidenciará, além de boas práticas de economia circular, a aplicação de materiais, equipamentos e técnicas com um impacto de baixo teor de carbono.

O futuro edifício, com conclusão prevista até ao final de 2026, vai armazenar energia com recurso a hidrogénio (uma alternativa pioneira em edifícios públicos nacionais), e terá a funcionar também painéis fotovoltaicos, turbina eólica, sistemas inteligentes, automatização, sistemas de gestão centralizada, eficiência hídrica e qualidade do ar interior. A solução de reserva de energia à base de hidrogénio será utilizada quando a energia do sol ou do vento não puder ser utilizada, por exemplo para o período noturno ou em períodos menos ventosos, explicou a autarquia. 

A construção receberá isolamentos térmicos e/ou acústicos com recurso a materiais naturais, como fibras de madeira ou de cânhamo, cortiça expandida com textura 3D, burel, blocos com fibra de cânhamo, betões à base de resíduos de construção e, ainda, janelas que incorporam resíduos de alumínio e vidro reciclado.

O VIANA S.T.ARTS Centre exibirá um índice de energia com desempenhos bastantes superiores aos exigidos em Portugal, num projeto que contempla, adicionalmente, armazenamento de águas pluviais, de acordo com o município vianense. Incorporará cerca de 20% de materiais reciclados, numa proporção de reutilização/reciclagem de resíduos de construção de 90%, prevendo-se que atinja os 50% de energia proveniente de fontes renováveis (sol e/ou vento).